{"id":1436,"date":"2024-10-03T10:32:25","date_gmt":"2024-10-03T13:32:25","guid":{"rendered":"https:\/\/contar.org.br\/?p=1436"},"modified":"2024-10-03T10:32:29","modified_gmt":"2024-10-03T13:32:29","slug":"outubro-rosa-e-o-direito-a-saude-das-trabalhadoras-assalariadas-rurais","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/contar.org.br\/en\/outubro-rosa-e-o-direito-a-saude-das-trabalhadoras-assalariadas-rurais\/","title":{"rendered":"Outubro Rosa e o direito \u00e0 sa\u00fade das trabalhadoras assalariadas rurais"},"content":{"rendered":"
Outubro Rosa e o direito \u00e0 sa\u00fade das trabalhadoras assalariadas rurais<\/p>\n\n\n\n
O Outubro Rosa 2024 traz \u00e0 tona n\u00e3o s\u00f3 a import\u00e2ncia da preven\u00e7\u00e3o do c\u00e2ncer de mama, mas tamb\u00e9m a discuss\u00e3o sobre o direito \u00e0 sa\u00fade das trabalhadoras assalariadas rurais no Brasil. Com um papel fundamental na produ\u00e7\u00e3o agr\u00edcola do pa\u00eds, essas mulheres enfrentam desafios \u00fanicos no acesso \u00e0 sa\u00fade, especialmente nas regi\u00f5es do interior, onde a infraestrutura de sa\u00fade \u00e9 limitada e os recursos s\u00e3o escassos.<\/p>\n\n\n\n
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica (IBGE), cerca de 15% da popula\u00e7\u00e3o brasileira vive em \u00e1reas rurais, com grande parte composta por mulheres que dependem do trabalho na agricultura para sua subsist\u00eancia. Para essas trabalhadoras, o acesso a exames preventivos, como a mamografia, e a consultas m\u00e9dicas \u00e9 significativamente mais dif\u00edcil do que para as mulheres em \u00e1reas urbanas. O Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS), embora universal e gratuito, enfrenta desafios log\u00edsticos em cobrir regi\u00f5es mais remotas, onde a dist\u00e2ncia entre os centros de sa\u00fade e as comunidades rurais pode ser um dos maiores obst\u00e1culos.<\/p>\n\n\n\n
Estudos mostram que, no Brasil, as taxas de cobertura de mamografias est\u00e3o longe de atingir as metas estipuladas. De acordo com o Minist\u00e9rio da Sa\u00fade, em 2022, apenas cerca de 24% das mulheres na faixa et\u00e1ria preconizada (50 a 69 anos) realizaram mamografias preventivas nas regi\u00f5es Norte e Nordeste, enquanto as regi\u00f5es Sul e Sudeste tiveram melhores \u00edndices, com aproximadamente 60% de cobertura. Esses n\u00fameros refletem a desigualdade de acesso ao diagn\u00f3stico precoce do c\u00e2ncer de mama, com as mulheres rurais sendo especialmente prejudicadas.<\/p>\n\n\n\n
Al\u00e9m da barreira geogr\u00e1fica, h\u00e1 tamb\u00e9m quest\u00f5es socioecon\u00f4micas e culturais que impactam o acesso dessas trabalhadoras ao sistema de sa\u00fade. Muitas vezes, as condi\u00e7\u00f5es de trabalho prec\u00e1rias, a falta de informa\u00e7\u00e3o e a dificuldade em conciliar as demandas de trabalho e fam\u00edlia com a busca por atendimento m\u00e9dico resultam em diagn\u00f3sticos tardios. Estima-se que o c\u00e2ncer de mama, quando detectado precocemente, tem at\u00e9 95% de chances de cura, mas, para muitas mulheres do campo, esse diagn\u00f3stico pode ser feito em est\u00e1gios avan\u00e7ados da doen\u00e7a, comprometendo as chances de sucesso no tratamento.<\/p>\n\n\n\n
Em rela\u00e7\u00e3o ao tratamento, o cen\u00e1rio n\u00e3o \u00e9 diferente. A escassez de hospitais equipados com recursos oncol\u00f3gicos nas cidades pequenas obriga muitas mulheres a se deslocarem longas dist\u00e2ncias para receberem atendimento especializado. De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia, apenas 14% dos munic\u00edpios brasileiros t\u00eam condi\u00e7\u00f5es adequadas para oferecer tratamento completo de c\u00e2ncer de mama pelo SUS, incluindo cirurgia, quimioterapia e radioterapia.<\/p>\n\n\n\n
Portanto, o Outubro Rosa 2024 \u00e9 uma oportunidade n\u00e3o apenas para conscientizar sobre a preven\u00e7\u00e3o do c\u00e2ncer de mama, mas tamb\u00e9m para refor\u00e7ar a luta pelo direito \u00e0 sa\u00fade das trabalhadoras rurais. Pol\u00edticas p\u00fablicas espec\u00edficas para essas mulheres, incluindo a amplia\u00e7\u00e3o de programas de rastreamento em \u00e1reas remotas e a cria\u00e7\u00e3o de unidades m\u00f3veis de sa\u00fade, s\u00e3o essenciais para garantir que todas as brasileiras, independentemente de onde vivem ou trabalham, tenham acesso \u00e0 preven\u00e7\u00e3o, diagn\u00f3stico e tratamento adequados.<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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