{"id":398,"date":"2022-08-23T15:09:00","date_gmt":"2022-08-23T18:09:00","guid":{"rendered":"http:\/\/contarnovo1.hospedagemdesites.ws\/?p=398"},"modified":"2023-05-05T13:22:10","modified_gmt":"2023-05-05T16:22:10","slug":"margarida-uma-mulher-que-lutou-para-nao-morrer-de-fome","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/contar.org.br\/en\/margarida-uma-mulher-que-lutou-para-nao-morrer-de-fome\/","title":{"rendered":"MARGARIDA: Uma mulher que lutou para n\u00e3o morrer de fome"},"content":{"rendered":"<p>Margarida foi assassinada no dia 12 de agosto de 1983, atingida no rosto por um tiro proveniente de uma escopeta calibre 12. Parece dif\u00edcil compreender um crime que aconteceu h\u00e1 38 anos, e hoje voc\u00ea tentar explicar e mostrar a import\u00e2ncia da luta de Margaria Maria Alves.<br><br>A CONTAR \u2013 Confedera\u00e7\u00e3o Nacional dos Trabalhadores assalariados e assalariadas rurais \u2013 quer ajudar no resgate da hist\u00f3ria desta mulher, sindicalista e l\u00edder de grandes mobiliza\u00e7\u00f5es na Para\u00edba, que repercutiu no mundo inteiro.<br><br>\u201cMargarida estava enxergando longe, os dias \u00e1ridos que ir\u00edamos viver no s\u00e9culo 21; e n\u00f3s estamos seguindo os passos dela, lutando para n\u00e3o morrer de fome\u201d, afirma Maria Helena, diretora da CONTAR.<br>O presidente da CONTAR, Gabriel Bezerra, traduz: \u201cMargarida, na dire\u00e7\u00e3o do sindicato de Alagoa Grande, na Para\u00edba, ajuizou mais de cem a\u00e7\u00f5es trabalhistas na justi\u00e7a do trabalho regional, para a defesa dos direitos dos assalariados rurais, e foi primeira mulher, do meio rural, a lutar pelos direitos trabalhistas no estado da Para\u00edba , em plena ditadura militar\u201d. Somente isso, j\u00e1 bastasse para tornar Margarida, naquela \u00e9poca, uma mulher perseguida. Como acontece at\u00e9 hoje. \u201cMargarida foi assassinada, porque defendia os direitos trabalhistas dos assalariados e assalariadas rurais, na d\u00e9cada de 80, no s\u00e9culo passado. Esta foi a motiva\u00e7\u00e3o real do crime\u201d, afirma Gabriel Bezerra.<br><br><br>O grupo pol\u00edtico-econ\u00f4mico da \u00e9poca, que comandava o ciclo da cana-de-a\u00e7\u00facar e o latif\u00fandio no estado da Para\u00edba, era denominado \u201cGrupo da V\u00e1rzea\u201d \u2013 que at\u00e9 hoje tem pol\u00edticos membros na agremia\u00e7\u00e3o \u201cCENTR\u00c3O\u201d \u2013 que d\u00e1 sustenta\u00e7\u00e3o ao governo Bolsonaro. O referido grupo organizou, segundo as den\u00fancias, planejou e executou a morte de Margarida Maria Alves.<br><br><br><strong>Como foi o mart\u00edrio de Margarida?<\/strong><br><br><br>No momento do disparo, ela estava em frente a sua casa, na companhia do marido e de seu filho. Ao que tudo indica Margarida foi morta por um matador de aluguel e o crime foi cometido por vi\u00e9s pol\u00edtico.<br><br><br>Ap\u00f3s 38 anos, o crime, que teve repercuss\u00e3o internacional com den\u00fancia encaminhada \u00e0 Comiss\u00e3o Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), n\u00e3o teve nenhum acusado responsabilizado pela morte da sindicalista. O acusado de mandar executar Margarida, n\u00e3o foi preso \u2013 Aguinaldo Veloso Borges, e um executor do crime foi liberado pela justi\u00e7a.<br><br><br>O legado de Margarida Alves cresce cada dia mais, pois \u00e9 motivo de inspira\u00e7\u00e3o para milhares de mulheres mundo a fora; mulheres que, assim como Margarida, ousam lutar contra todas as formas de opress\u00f5es e injusti\u00e7as \u2013 que perpassam as esferas trabalhistas e provenientes da viol\u00eancia de g\u00eanero, seja f\u00edsica, sexual, psicol\u00f3gica, patrimonial ou moral.<br><br><br>Mulher, m\u00e3e, trabalhadora, sindicalista e defensora dos direitos dos pobres e oprimidos, Margarida nasceu em Alagoa Grande\/PB, e foi a primeira mulher a exercer um cargo de dire\u00e7\u00e3o sindical no pa\u00eds. \u201c\u00c9 uma orgulho e inspira\u00e7\u00e3o para nossa luta e organiza\u00e7\u00e3o\u201d, afirma Maria Helena.<br><br><strong>MARCHA DAS MARGARIDAS<\/strong><br><br>As entidades sindicais dos trabalhadores e trabalhadoras rurais no Brasil, realizam, desde o ano 2000, a MARCHA DAS MARGARIDAS. Na sua primeira edi\u00e7\u00e3o, mais de 20 mil mulheres participaram da manifesta\u00e7\u00e3o em Bras\u00edlia. Na pauta das Marchas realizadas, est\u00e3o: o direito \u00e0 terra, \u00e0 \u00e1gua, \u00e0 agroecologia, educa\u00e7\u00e3o, sa\u00fade, e contra todo tipo de viol\u00eancia, que est\u00e1 cada vez mais forte no pa\u00eds. A CONTAG \u00e9 a protagonista da Marcha, que acontece a cada cinco anos.<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"<p>Margarida foi assassinada no dia 12 de agosto de 1983, atingida no rosto por um tiro proveniente de uma escopeta calibre 12. Parece dif\u00edcil compreender um crime que aconteceu h\u00e1 38 anos, e hoje voc\u00ea tentar explicar e mostrar a import\u00e2ncia da luta de Margaria Maria Alves. 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