A Confederação Nacional de Trabalhadores Assalariados e Assalariadas Rurais – CONTAR esteve presente no V Seminário de Saúde, Ambiente e Sustentabilidade, promovido pela Fundação Fiocruz, no Ceará. O encontro, além de promover a reflexão sobre a trajetória institucional daquela Fundação, fomenta a discussão sobre os desafios futuros nas áreas de saúde e ambiente, na perspectiva dos territórios.
A CONTAR levou pontos importantes para o seminário. Os trabalhadores assalariados e assalariadas rurais estão entre os mais afetados pela crise climática. “Eles enfrentam calor extremo nas lavouras, exposição direta e contínua a agrotóxicos, contaminação da água, enchentes, secas e inseguranças ambientais que colocam em risco sua saúde, sua vida e suas condições de trabalho”, afirma Darliane Soares, analista de projetos da CONTAR. “Essa realidade escancara desigualdades históricas e exige respostas urgentes”, enfatiza.
Para a CONTAR, não haverá justiça ambiental sem justiça social para quem vive do trabalho rural. “Precisamos de políticas públicas específicas, efetivas e construídas com base na realidade desses trabalhadores. E para isso, é fundamental fortalecer parcerias com instituições como a Fiocruz, que pode nos ajudar a desenvolver pesquisas comprometidas com a vida, a saúde e o meio ambiente”, explica Darliane.
Sem investimento público na ciência, sem recursos para instituições como a Fiocruz, também não teremos dados, visibilidade, nem caminhos concretos para proteger quem trabalha no campo.
A profissional destaca a urgência em fortalecer uma rede global integrada de controle e vigilância contra os agrotóxicos, garantir acesso universal aos sistemas públicos de saúde e lutar por condições que assegurem trabalho digno, envelhecimento saudável e vida com dignidade.
Reunindo cerca de 300 participantes de todas as unidades técnico-científicas da Fiocruz, órgãos governamentais, sociedade civil e movimentos sociais, o evento buscou proporcionar um espaço de escuta, análise e proposição coletiva, promovendo a articulação horizontal e intersetorial em saúde, ambiente e sustentabilidade, trazendo assuntos de grande importância como a urgência climática.
Para Darliane, a responsabilidade climática é coletiva. “Não podemos mais aceitar que os que menos poluem sejam os que mais sofrem. Precisamos construir um futuro em que a justiça ambiental caminhe lado a lado com os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais. É hora de colocar a vida no centro!”, conclui.
Sustentabilidade
A Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS) reafirma seu compromisso com a sustentabilidade ao implementar três ações estratégicas durante o evento da Fiocruz Ceará. A iniciativa, desenvolvida em parceria com a Coordenação Geral de Infraestrutura dos Campi (Cogic) e a própria unidade cearense, tem como foco o reaproveitamento de resíduos orgânicos por meio da compostagem, a destinação correta de resíduos recicláveis e a compensação das emissões de carbono geradas.
A Cogic, que já conduz práticas consolidadas de compostagem no campus Manguinhos, contribuirá com a experiência técnica para garantir o legado sustentável na Fiocruz Ceará, que dará continuidade às ações após o evento. Os resíduos orgânicos, como restos de frutas, borras de café e utensílios biodegradáveis distribuídos no local, foram descartados em coletores específicos para compostagem. Já os recicláveis, como papéis limpos, garrafas PET e metais, serão encaminhados para cooperativas de catadores, contribuindo para a economia circular e a redução de materiais enviados aos aterros sanitários.