“No 4º trimestre de 2021, havia mais de 12 milhões de brasileiros desempregados e procurando trabalho. Outras 4,8 milhões de pessoas haviam desistido de procura devido à falta de perspectiva em encontrar uma vaga, em situação chamada de desalento”, afirma o DIEESE – Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos.
Entendam bem, são quase 17 milhões de pessoas sem emprego. É um monstro na nossa vida. No campo, a situação é pior e mais desalentadora. Quem está empregado vive com salário baixo e corroído pela inflação e a carestia come nosso dinheiro. Quem está desempregado não encontra opção alguma no meio rural e muitas vezes tem que se submeter a tarefas exaltantes e cai nas armadilhas do trabalho escravo. Nós estamos entre as piores situações de desemprego do mundo.
Nós, dirigentes da CONTAR, FEDERAÇÕES e SINDICATOS de Assalariados e Assalariadas Rurais, enfrentamos as situações mais fortes e adversas para a defesa do emprego e garantia de vida digna no campo. Só para citar dois exemplos, os setores de produção de fruticultura e cana-de-açúcar no Brasil não pararam durante a pandemia. Pelo contrário, foram setores que cresceram. Mas o nosso salário não recebe nem a reposição da inflação. Aliás, quero falar com vocês sobre a tal famigerada CARESTIA: um momento de desespero da classe trabalhadora que, quando chega no mercado e na farmácia, encontra todos os preços reajustados e corrói o nosso salário.
O Governo Federal, que deveria determinar as políticas de emprego e renda, tem piorado nossas vidas. Agora vem uma bomba pós Reforma Trabalhista: o governo vai implantar o “trabalho temporário” no meio rural, que é a legalização do “gato” – uma figura que intermedia mão de obra e explora o trabalhador e a trabalhadora. A proposta do governo Jair Bolsonaro é uma excrecência, pois não se resolve o problema da formalização abrindo mão de nossos direitos. Já existe legislação que trata do trabalho de curta duração, o governo não precisa massacrar e desqualificar ainda mais o trabalhador e trabalhadora rural.
Neste 1º de Maio de 2022 é momento de lutar, resistir e ir pra cima desse “resto” de governo que ainda se mantém no poder, para virarmos a mesa e melhorarmos a condição de vida no Brasil.
Reajustes salariais
O cenário apresentado pelas entidades e monitorado pelo DIEESE e centrais sindicais mostra que a inflação faz o trabalhador e trabalhadora perderem o poder de compra.
A CONTAR realiza, através das entidades do SISTEMA, mais de 600 negociações e acordos coletivos de trabalho em diversos setores produtivos no campo. Os nossos salários deveriam ser reajustados, nos últimos 12 meses, em 11,7% para compensar as perdas da inflação nos últimos 12 meses.
A conta ficou nas nossas costas e nós não podemos suportar esse peso pesado. O 1º de Maio é DIA de REAÇÃO, vamos dizer um NÃO a esse governo da CARESTIA e da OPRESSÃO contra a classe trabalhadora.