Com participação da CONTAR, acordo com sindicatos municipais garante outras conquistas e representa avanços na valorização dos profissionais do meio rural na região
Mais de 6 mil trabalhadores assalariados rurais de Vacaria, Muitos Capões e Bom Jesus, no Rio Grande do Sul (RS), contarão com reajuste salarial de 6,52% por ano. A decisão é fruto de negociação realizada na sede do Sindicato dos Trabalhadores e Assalariados Rurais dos municípios nesta terça-feira, 17 de junho, com a participação da Confederação Nacional dos Trabalhadores Assalariados e Assalariadas Rurais (CONTAR).
A partir de julho, o piso mínimo da categoria passará a ser de R$ 1.903,00. Para os tratoristas, o salário sobe para R$ 2.283,60, enquanto monitores, chefes de turma e capatazes terão direito a R$ 2.378,75. Essas mudanças representam um avanço importante na valorização dos profissionais que atuam na agricultura familiar e no agronegócio da região.
Além do reajuste, a convenção coletiva trouxe novidades que reforçam os direitos dos trabalhadores rurais. Uma delas garante o pagamento de salário pelo empregador em caso de afastamento de até quatro dias não cumulativos por ano, para acompanhamento de filhos atípicos, mediante apresentação de laudo médico e atestado de consulta. Essa medida visa assegurar o cuidado necessário com os filhos de trabalhadores que possuem doenças ou condições específicas, conforme definido pela legislação previdenciária.
Outro ponto destacado na negociação foi a inclusão de cláusulas que tratam da participação de mulheres na formação de tratores e empilhadeiras. Os sindicatos se comprometeram a estimular a formação de trabalhadoras do gênero feminino, destinando 10% das vagas de treinamento para elas. Caso não haja interesse suficiente, as vagas remanescentes serão preenchidas por trabalhadores do sexo masculino, garantindo assim a oportunidade de qualificação para todas.
A convenção também reforça a importância da participação sindical, permitindo que trabalhadores sejam convocados para encontros da diretoria e de formação sem prejuízo salarial, desde que apresentem justificativa e a comunicação seja feita com antecedência mínima de 15 dias. Para isso, a empresa deve possuir pelo menos 10 trabalhadores, garantindo maior representatividade e organização no setor.
“Foi uma negociação importante, com ganhos reais para os trabalhadores. Conseguimos avanços em cláusulas que garantem direitos, como a participação de trabalhadoras em treinamentos e a liberação de trabalhadores para atividades sindicais, fortalecendo o movimento sindical e a defesa dos interesses da classe”, destacou Gabriel Bezerra Santos, presidente da CONTAR.
Gabriel também ressaltou o papel fundamental desses profissionais na cadeia produtiva do setor de maçã, uma atividade de grande importância econômica para o Rio Grande do Sul. “São esses trabalhadores que fazem a economia do Brasil girar, produzindo alimentos que chegam às mesas dos brasileiros e ao mercado internacional.”
Também estiveram presente na negociação Ravenna Alves, coordenadora de Justiça Rural da OXFAM Brasil, e João Cezar Larrosa, presidente da Federação dos Trabalhadores Assalariados e Assalariadas Rurais do Rio Grande do Sul (FETAR-RS). Com esse acordo, os trabalhadores rurais de Vacaria, Muitos Capões e Bom Jesus podem celebrar uma conquista que reforça seus direitos e valoriza sua dedicação ao campo. A expectativa é que, com esses avanços, o setor continue evoluindo de forma mais justa e igualitária, promovendo melhores condições de trabalho para todos.
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