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Relatório da OXFAM denuncia piora alarmante da desigualdade no mundo

A OXFAM, parceira da Confederação Nacional dos Trabalhadores Assalariados e Assalariadas Rurais (CONTAR) e uma importante organização dedicada a luta contra a pobreza e desigualdade, lançou nesta segunda-feira (15) o relatório “Desigualdade S.A.”, que discute como o crescente poder corporativo global tem ampliando desigualdades e mostra que se a tendência permanecer, teremos o primeiro trilionário em 10 anos, mas a pobreza só seria erradicada nos próximos 230 anos.

O documento, que será apresentado no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, aponta para um mundo cada vez mais desigual em uma década onde tivemos uma pandemia global, guerras, uma crise no custo de vida e o colapso climático, onde os cinco homens mais ricos do mundo mais que dobraram seu patrimônio desde 2020, saindo de 405 bilhões de dólares (quase R$ 2 trilhões) para 869 bilhões de dólares (cerca de R$ 4,2 trilhões), enquanto cerca de 5 bilhões de pessoas empobreceram no mesmo período.

“Uma imensa concentração do poder das grandes empresas e monopólios em nível global está exacerbando a desigualdade em toda a economia”, alerta a OXFAM, em seu relatório.

O relatório ainda aponta que sete das dez maiores empresas do mundo tem bilionários no comando e que essas empresas precarizam os trabalhadores com jornadas exaustivas e baixas remunerações, ao mesmo tempo pressionam governos a cobrarem cada vez menos impostos e a privatizarem os serviços públicos vitais, como educação, água e saúde.

A OXFAM também destaca como a desigualdade contribui para as mudanças climáticas. Segundo o relatório, o 1% mais rico do mundo emite tanta poluição de carbono quanto os 60% mais pobres da humanidade.

“Muitos dos bilionários do mundo possuem, controlam, definem e lucram financeiramente com processos que emitem gases de efeito de estufa e, portanto, são beneficiados quando as empresas procuram bloquear os avanços a uma transição rápida e justa, negam e distorcem a verdade sobre as mudanças climáticas, e destroem quem se opõe à extração de combustíveis fósseis”, informa a entidade.

A CONTAR e a OXFAM entendem que não precisa ser assim e que é possível reduzir as disparidades e criar um futuro mais equitativo e justo, a partir de ações concretas como o estabelecimento de metas para redução da desigualdade, com a revitalização do Estado, com investimento em uma nova era de bens e serviços públicos; controle do poder das grandes empresas, por meio de salários dignos, quebra de monopólios e taxação sobre a riqueza permanente e os lucros excessivos; e a reinvenção dos negócios, afastando as empresas da ganância dos acionista e democratizando as propriedades para melhor equalizar os rendimentos dos negócios.